CARTÕES MOVIMENTARAM MAIS DE R$ 1 TRI NO BRASIL

O setor de cartões e meios eletrônicos de pagamentos vem crescendo a passos largos no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), foram mais de R$ 1 trilhão em transações em 2015. No primeiro trimestre de 2016, o movimento foi de R$ 270 bilhões, com destaque para um aumento de 13% nas transações com cartão de crédito.

Em painel realizado no Ciab Febraban 2016, nesta quarta-feira, 22/06, Marcelo Noronha, presidente da Abecs, celebrou a consolidação dos cartões de crédito e débito como meios de pagamento no Brasil. Entretanto, destacou o papel que eles vêm exercendo como meio de financiamento entre consumidores brasileiros. A exemplo do que acontece em todo o mundo, o cartão de crédito se consolida, juntamente com o cartão de débito, como meio de pagamento. “Mas no Brasil o cartão de crédito se consolida como meio de financiamento ao consumo”, disse o executivo.

Segundo Noronha, o cartão de crédito ocupa atualmente a terceira posição na composição da carteira de crédito à pessoa física no País, com R$ 165 bilhões – ou 10,9% da carteira. O meio de financiamento fica atrás apenas do crédito imobiliário (33,5%) e do crédito consignado (25,4%). “O cartão de crédito aparece à frente do financiamento de veículos”, observou o executivo.

Ainda conforme um levantamento divulgado pela Abecs, 70% dos consumidores que financiaram compras no cartão de crédito afirmam que não teriam feito a aquisição se não fosse essa possibilidade. Noronha destacou que 62% dos consumidores usuários de cartões de crédito fazem compras parceladas sem juros todo mês.

Penetração

De acordo com a Abecs, o nível de penetração do cartão de crédito entre consumidores brasileiros é de 28%. Nos Estados Unidos, a título de comparação, o índice é superior a 40%. “Vale destacar que o Brasil foi o primeiro país a conseguir implementar o cartão múltiplo [com funções de crédito e débito] e detém o maior parque instalado de terminais POS – são 4,4 milhões de terminais preparados para receber pagamentos de cartões com senhas”, afirmou Raul Francisco Moreira, vice-presidente de varejo do Banco do Brasil. “Isso nos coloca em um patamar invejável em nível mundial e nos dá o potencial de superar os 40% de penetração dos Estados Unidos.”

Outro número apontado durante o painel de meios eletrônicos de pagamentos realizado durante o Ciab 2016 indica que 95% dos consumidores que têm cartão de crédito utilizam o meio de pagamento todo mês, sendo que 48% deles o fazem pelo menos uma vez por semana.

A transformação da maneira de se fazer pagamento o Brasil traduz-se em números: no primeiro trimestre de 2007, foram transacionados R$ 57 bilhões em cartões de crédito. O crescimento foi superior a 400% no período de nove anos. Na contramão, apontou Noronha, da Abecs, o volume transacionado de cheques vem caindo. Nas compras online, 87% dos consumidores brasileiros que usaram e-commerce fizeram o pagamento com cartão de crédito.

Na visão de Moreira, do BB, esses números apontam uma substituição acelerada nos meios de pagamento e indicam o grande potencial do setor no Brasil. No entanto, disse o executivo, a penetração e o consumo no cartão de crédito poderiam ser ainda maiores se houvesse uma ampliação na aceitação desse meio de pagamento em outras linhas de consumo e no padrão de uso.

“No Brasil ainda se usa muito papel-moeda”, disse o executivo, lembrando que R$ 1 trilhão ainda são sacados anualmente nos ATMs brasileiros. “É preciso estimular o uso dos cartões para compras de baixo valor, bem como para aquelas de valor elevado, como a compra de carros, por exemplo”, analisou.

Eduardo Chedid, presidente da Elo Serviços, concordou e acrescentou que o estímulo às transações via cartão de crédito e débito entre empresas também poderia significar um aumento expressivo na taxa de penetração. Chedid disse que “as relações B2B também podem ser mais bem aproveitadas. Hoje, apenas entre 15% e 17% das transações se dá entre empresas. Temos aqui uma possibilidade imensa a ser explorada. O mesmo vale para as transações de empresas e pessoas com o governo”, finalizou Chedid.

Fonte: Varejista

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